Estudo sobre estampagem de aços inoxidáveis

A estampagem é um processo essencial na fabricação de componentes metálicos tridimensionais, permitindo a conversão de chapas planas em geometrias complexas com alta eficiência. Os métodos de conformação mais comuns incluem o estiramento, o embutimento, a estampagem combinada e o estudo da conformabilidade do material. Tais operações são largamente aplicadas em setores como o automotivo, de linha branca e na indústria de embalagens.

A conformação de chapas metálicas por estampagem pode ser classificada, essencialmente, em três tipos principais: estiramento, embutimento e estampagem combinada. Cada um desses processos é utilizado conforme a geometria da peça a ser produzida e o comportamento do material durante a deformação.

O estiramento consiste na aplicação de tensões trativas biaxiais sobre a chapa metálica, obrigando-a a moldar-se à punção. Durante esse processo, ocorre redução significativa da espessura do material, sendo necessário que a distribuição das tensões seja a mais homogênea possível para evitar estricções e rupturas. Este tipo de conformação é ideal para peças que apresentam formas complexas e grandes superfícies abauladas, como painéis automotivos e tampas.

Já o embutimento visa conformar a chapa metálica com o mínimo de alteração em sua espessura. Nesse processo, a chapa é puxada para o interior da matriz, deslizando sob ação de uma força controlada. Essa conformação gera tensões compressivas no flange da peça, podendo resultar em rugas se o controle da pressão do prensa-chapas não for adequado.

O embutimento é comumente empregado na produção de recipientes cilíndricos, caixas e componentes côncavos. Em muitas situações industriais, a peça final requer tanto regiões estiradas quanto embutidas. Isso caracteriza a estampagem combinada, em que o processo contempla zonas de diferentes solicitações mecânicas. Um exemplo clássico são copos com seção transversal quadrada, nos quais as laterais são formadas por estiramento e as bordas por embutimento.

Por fim, em todos estes processos deve haver uma analise de conformabilidade do material. A conformabilidade representa a capacidade global do material em sofrer deformações plásticas sem falhas como trincas, fraturas ou rugas. Um material com boa conformabilidade deve permitir redistribuição uniforme das tensões, suportar tensões compressivas no plano da chapa sem deformações indesejadas, e manter a forma e o acabamento superficial ao final do processo.

A estrutura cristalina CFC dos aços inoxidáveis austeníticos confere boa ductilidade e alta resistência mecânica. Entretanto, a formação de martensita induzida por deformação a frio pode limitar sua conformabilidade. A adição de elementos de liga, como níquel e cobre, estabiliza a fase austenítica, melhorando o desempenho em estiramento profundo.

Os aços ferríticos possuem estrutura CCC, que permanece estável durante a conformação. São menos sensíveis ao encruamento e têm desempenho superior em embutimento, especialmente quando estabilizados com nióbio ou titânio. Além disso, a ausência de níquel reduz custos e aumenta sua atratividade comercial.

O alongamento uniforme é uma propriedade crucial para processos de estiramento, pois determina a profundidade máxima que uma chapa pode atingir antes de iniciar o rompimento. É avaliada por meio de ensaios de tração, que fornecem dados sobre o comportamento do material sob tensão uniaxial. A anisotropia afeta diretamente a embutibilidade. O coeficiente rN mede a resistência ao afinamento da espessura, enquanto ∆r reflete a variação de comportamento com a direção do laminado. Altos valores de rN e baixos ∆r favorecem resultados mais uniformes, com menor formação de “orelhas”.

A seleção do aço adequado deve considerar a geometria da peça, o processo de conformação e as propriedades mecânicas do material. Aços austeníticos são preferíveis para estiramento, enquanto os ferríticos são indicados para embutimento. Avanços tecnológicos têm ampliado o uso de aços ferríticos, tornando-os uma alternativa viável e econômica frente aos austeníticos.

Nota do Papo:

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