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Usinas adiam aumento de preços dos aços planos para janeiro diante da pressão das importações

As usinas siderúrgicas instaladas no Brasil decidiram adiar para janeiro de 2026 o reajuste de 5% a 8% nos preços dos aços planos que estava previsto para dezembro deste ano. A decisão foi tomada em meio à expectativa de queda sazonal da demanda no mercado interno no fim do ano e à forte pressão causada pelo elevado volume de aço importado que ainda aguarda desembarque no país.

A informação foi confirmada pelo presidente do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), Carlos Loureiro, durante entrevista a jornalistas. Segundo ele, o aumento que seria aplicado em dezembro foi oficialmente retirado de pauta. “O novo aumento em dezembro foi posto de lado”, afirmou.

De acordo com Loureiro, a proposta agora é anunciar o reajuste apenas para janeiro, como forma de minimizar os impactos negativos no desempenho de dezembro, tradicionalmente um mês mais fraco para o setor.

Apesar de as importações de aço plano terem apresentado queda de 9,2% em outubro na comparação com o mesmo período do ano passado, o Inda alerta que ainda há um volume significativo de material estrangeiro a ser internalizado. Esse cenário deve continuar pressionando o mercado doméstico pelos próximos meses.

O principal ponto de entrada de aço plano no Brasil, o porto de São Francisco do Sul, em Santa Catarina, concentra atualmente cerca de 500 mil toneladas de aço em terra e aguardando desembarque. Além disso, novos navios seguem chegando ao país. Um deles, com carga estimada em 45 mil toneladas, chegou ao porto em outubro e está previsto para descarregar apenas no fim de novembro.

Segundo o Inda, essa sobreoferta deve manter o mercado sob forte pressão até, pelo menos, abril ou maio de 2026, impactando preços, margens de distribuição e o equilíbrio entre a produção nacional e o produto importado.

O setor siderúrgico também acompanha com atenção a possibilidade de novas medidas de defesa comercial por parte do governo brasileiro, o que tem levado importadores a anteciparem a internalização de grandes volumes de aço enquanto ainda não há restrições adicionais em vigor.

Fonte: Uol/Reuters

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