Você já reparou como algumas moedas parecem durar muito mais tempo do que outras? Enquanto algumas escurecem com facilidade, outras mantêm o brilho mesmo após anos de uso. O segredo está nos materiais utilizados – e, no caso do Brasil, o aço inox, claro, está presente.
As moedas brasileiras são um ótimo exemplo da aplicação prática da engenharia de materiais no nosso dia a dia. Por trás do que parece ser apenas um pequeno pedaço de metal, existe uma escolha cuidadosa de ligas e processos industriais.
Nem todas as moedas brasileiras são feitas com os mesmos materiais. Pelo contrário, o Banco Central utiliza diferentes ligas metálicas para equilibrar custo, durabilidade, aparência e segurança. Veja abaixo como é feita a composição:
Esses detalhes explicam, por exemplo, por que as moedas de 50 centavos e o núcleo da moeda de R$1 resistem melhor ao desgaste e mantêm o brilho metálico por muito mais tempo. Enquanto isso, as moedas com cobre tendem a escurecer, especialmente quando expostas à umidade, suor ou ao manuseio constante.
Todos conhecem o inox e suas características: resistente, durável e higiênico. Para o caso das moedas, que precisam circular por muitos anos, enfrentam diferentes condições climáticas, atrito e exposição constante ao toque humano, isso é ótimo.
Além disso, o inox oferece vantagens logísticas e econômicas. Ele é mais barato que ligas de níquel ou cobre puro, tem uma vida útil longa. Moedas de aço inox podem durar mais de 30 anos em circulação ativa, sem perder detalhe ou brilho. Ou seja: menos substituição, menos custo.
Essa é uma vantagem, inclusive, para colecionadores. O inox é responsável por preservar superfícies e gravuras por décadas.
Além disso, permite um bom desempenho nas máquinas de triagem e contagem automática. Isto é possível devido às características magnéticas do inox, que ajudam as máquinas a discriminarem corretamente as moedas, o que reduz erros em caixas eletrônicos e parquímetros. Aqui, inclusive, uma amostra que o magnetismo do inox não tem nada a ver com a sua resistência.
O processo começa com a seleção da liga metálica. Os discos de inox, por exemplo, passam por limpeza química e vão para a cunhagem, onde recebem as marcas com valor, brasões e outros elementos visuais em um processo realizado a frio, por meio da força de compressão. Todo esse processo é feito com precisão milimétrica pela Casa da Moeda do Brasil.