Materiais perigosos em contato com alimentos: o que a ciência já comprovou

Quando falamos em segurança alimentar, não basta avaliar apenas o alimento em si. O material que entra em contato direto com ele — panelas, embalagens, tubulações e equipamentos — também pode liberar substâncias tóxicas, com sérios impactos à saúde humana.

Ao longo da história recente, inúmeros materiais foram banidos ou severamente restringidos após a comprovação de seus riscos:

  • Bisfenol A (BPA) – utilizado em plásticos policarbonatos (garrafas reutilizáveis, mamadeiras antigas, chupetas) e resinas epóxi de latas de refrigerantes e enlatados. Atua como disruptor endócrino, ligado a infertilidade, obesidade e cânceres hormônio-dependentes.
  • Alumínio – presente em panelas, formas de bolo, papel alumínio e embalagens descartáveis. A exposição crônica está associada a neurotoxicidade e há indícios de ligação com Alzheimer.
  • Chumbo – encontrado em soldas de latas antigas, vidrados cerâmicos coloridos, copos e pratos importados de baixa qualidade, além de antigos encanamentos. É altamente tóxico mesmo em pequenas doses, afetando cérebro, rins e o desenvolvimento infantil.
  • Cobre – usado em panelas, chaleiras e tubulações. A lixiviação excessiva pode causar intoxicações agudas (náuseas, vômitos, danos ao fígado).
  • Cádmio – presente em pigmentos de esmaltes cerâmicos e revestimentos metálicos antigos. É cancerígeno, nefrotóxico e se acumula no organismo.
  • Níquel em excesso – liberado por utensílios ou equipamentos de aço inoxidável de baixa qualidade ou não normatizado. Pode causar alergias e dermatites de contato, além de potenciais efeitos sistêmicos.
  • Mercúrio – já usado em soldas, termômetros, ligas metálicas antigas e alguns revestimentos industriais. É um dos metais mais tóxicos conhecidos, com efeitos neurológicos graves.
  • Panelas de Teflon (PFOA e PFAS) – o revestimento antiaderente presente em frigideiras e assadeiras antigas pode liberar PFOA, substância associada a câncer, desregulação hormonal e contaminação ambiental.
  • Amianto – usado como isolante térmico em caixas, fornos e equipamentos industriais. É cancerígeno sem limite seguro de exposição, banido em vários países, inclusive no Brasil.
  • Plásticos clorados e ftalatos – aplicados em filmes plásticos flexíveis, embalagens de fast-food e recipientes plásticos baratos. São associados a disfunções hormonais e reprodutivas.
  • Galvanização inadequada (zinco em excesso) – encontrada em baldes, utensílios metálicos de baixo custo e tambores galvanizados. A liberação elevada de zinco pode causar distúrbios gastrointestinais.

Esses exemplos comprovam que a história está repleta de materiais antes considerados seguros, mas que acabaram revelados como perigosos.

Nesse cenário, os aços inoxidáveis (como AISI 304, 316 e 430) se destacam como alternativas seguras e confiáveis. Eles oferecem:

  • Estabilidade química em contato com alimentos ácidos, básicos ou neutros;
  • Resistência à corrosão, reduzindo a migração de metais;
  • Facilidade de limpeza e higienização, essencial em ambientes industriais;
  • Reconhecimento por protocolos internacionais, como COE (Europa), FDA (EUA) e Anvisa (Brasil).

A mensagem é clara: enquanto muitos materiais foram banidos ou caíram em descrédito, os aços inoxidáveis certificados e normatizados continuam sendo a base segura para a indústria de alimentos, garantindo qualidade, durabilidade e proteção à saúde.