Por muito tempo, o aço carbono dominou o setor de transporte pesado. Era a escolha “natural” para caçambas, reboques e implementos, principalmente por ser mais barato na compra inicial. Mas a experiência recente com o aço inoxidável Endur 300, desenvolvido pela Aperam, mostra que o custo real de um material não está apenas no preço de aquisição, e sim na sua capacidade de resistir ao tempo e às condições de uso.
Cinco anos após entrarem em operação, as caçambas basculantes fabricadas com o aço inoxidável Endur 300 seguem em perfeitas condições: sem furos por corrosão, sem reparos estruturais e com desgaste mínimo, mesmo no transporte de materiais extremamente agressivos como sal de cozinha e carvão mineral.
A própria empresa foi conferir o desempenho em inspeção feita no final desse primeiro semestre, que constatou apenas 0,45 mm de redução de espessura no pior ponto. Uma variação irrelevante para a integridade e a performance da estrutura.

Nas caçambas tradicionais de aço ao carbono, os primeiros sinais de corrosão surgem entre 1,5 e 2 anos no transporte de sal, ou em até 4 anos com carvão mineral. Isso exige reparos e substituições frequentes de chapas.
Já as caçambas em inox com Endur 300 mantêm desempenho estável por mais de cinco anos, reduzindo drasticamente o custo de manutenção e as paradas não programadas.
A diferença está na composição: o Endur 300 combina a resistência mecânica dos aços de alta resistência (AHSS) com a proteção anticorrosiva dos inoxidáveis, resultando em um material mais leve, durável e econômico.
Essa visão começa a se refletir no mercado. A participação do material nas caçambas basculantes para reboques e semirreboques subiu de 6,2% em 2024 para 9% no primeiro semestre de 2025, um avanço expressivo em um segmento tradicionalmente dominado pelos aços convencionais.
Além das caçambas basculantes, o Endur 300 vem sendo utilizado também em silos, tubulações e componentes industriais, demonstrando versatilidade em diferentes ambientes onde há exposição constante à corrosão e abrasão.
De acordo com Roberto Guida, gerente Executivo de Desenvolvimento e Estratégia de Mercado da Aperam, o avanço do inox no Brasil é resultado direto da busca por soluções mais sustentáveis e de longa vida útil.
“O aço inoxidável oferece excelente desempenho técnico, é infinitamente reciclável e tem baixa pegada de carbono. Isso o torna um material estratégico para o futuro da indústria e da mobilidade”, afirma Guida.