Instalado dentro da usina de Timóteo (MG), o Centro de Pesquisa da Aperam completou três décadas em outubro, mês em que a empresa também celebra 81 anos de história. Com uma equipe de 57 profissionais (doutores, mestres, técnicos e pesquisadores), o espaço atua no desenvolvimento de novos aços, aprimoramento de processos industriais e criação de soluções que unem inovação, sustentabilidade e competitividade.
De acordo com Tarcísio Reis de Oliveira, gerente executivo do Centro de Pesquisa, o investimento contínuo em ciência é o que mantém a empresa preparada para os desafios de um setor em constante transformação. “Investir em pesquisa é investir no futuro. Buscamos inovar para estar cada vez mais presentes na vida das pessoas, com aços mais leves, resistentes e sustentáveis”, afirma.
A localização, dentro da planta industrial, é uma das principais vantagens do centro. O ciclo de testes acontece de forma integrada: as amostras são retiradas do chão de fábrica, analisadas e devolvidas rapidamente com ajustes. Esse processo reduz custos, evita desperdícios e aumenta a confiabilidade dos resultados.
O espaço também conta com uma réplica em menor escala da usina, permitindo testes de novos produtos e parâmetros antes da produção em larga escala – o que reduz significativamente os riscos e acelera o tempo entre o desenvolvimento e a aplicação industrial.
Além da estrutura interna, a Aperam mantém parcerias de longa data com universidades e institutos de pesquisa, como UFMG, USP, Unicamp, UFRJ, UFOP, UFU, UFSCar, CEFET-MG, Unileste e o IPT. Essas colaborações aproximam o conhecimento acadêmico das demandas da indústria e ajudam a formar profissionais especializados em siderurgia e metalurgia avançada.
Entre os resultados práticos dessas três décadas de pesquisa estão produtos como o aço inoxidável Endur 300, desenvolvido para aplicações de alta resistência ao desgaste e à corrosão, como em caçambas basculantes.
Outro avanço é o desenvolvimento de aços de grão não orientado (GNO), usados na fabricação de motores de veículos elétricos e híbridos. Esses materiais já estão prontos para atender a um mercado em expansão no Brasil e no mundo.
O histórico do Centro de Pesquisa também inclui marcos importantes para a indústria nacional. Durante a crise de 2009, por exemplo, o desenvolvimento dos aços inoxidáveis duplex foi decisivo para viabilizar a exploração de petróleo em águas profundas e no pré-sal. Já nos anos 1990, a criação de ligas para sistemas de escapamento ajudou a indústria automotiva a atender às exigências ambientais e de eficiência de combustível, padrão que permanece até hoje.
O Papo de Inox esteve pessoalmente no Centro de Pesquisa da Aperam para conhecer de perto a estrutura que há três décadas impulsiona o desenvolvimento de novos aços no Brasil. A visita resultou em um dos episódios da série “A Jornada do Inox”, que mostra como a pesquisa aplicada e a integração entre ciência e indústria fortalecem toda a cadeia do aço inoxidável nacional.
Durante a visita, a equipe acompanhou de perto o funcionamento dos laboratórios, os processos de teste e a rotina dos pesquisadores que transformam ideias em soluções concretas para o mercado.
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