Quando se trata da produção de alimentos, a escolha dos materiais que entram em contato com o produto final é uma decisão crítica. Isso vale para tanques, tubulações, utensílios, embalagens e revestimentos metálicos utilizados em ambientes industriais. Entre os materiais metálicos mais usados, os aços inoxidáveis se destacam por sua resistência à corrosão, facilidade de higienização e durabilidade. Mas afinal, quais tipos de aço inoxidável são realmente permitidos por lei para o contato com alimentos no Brasil?
A Resolução RDC nº 20/2024, publicada pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), estabelece os critérios para o uso de materiais em contato com alimentos no território nacional. Ela define uma “lista positiva” de substâncias e materiais autorizados na fabricação de embalagens, revestimentos, tampas, utensílios e equipamentos.
Segundo a norma, aços inoxidáveis são permitidos desde que estejam em conformidade com as especificações estabelecidas. Isso significa que o material deve possuir composição química controlada, possuir histórico de uso seguro, ser resistente à corrosão e não liberar substâncias tóxicas em níveis acima dos limites estabelecidos.
Os tipos mais comuns e recomendados para uso alimentar são:
Com a alta do níquel no mercado internacional, surgiram alternativas mais econômicas como os aços da série 200 (Cr-Mn), onde parte do níquel é substituída por manganês e nitrogênio. Embora existam ligas normatizadas nessa série, como o AISI 201 e 202, o uso de ligas não normatizadas Cr-Mn — que não seguem nenhum padrão internacional — tem se tornado uma prática arriscada. Sem rastreabilidade, essas ligas podem liberar metais em níveis inaceitáveis quando em contato com alimentos, o que fere diretamente os princípios da RDC 20/2024.
A RDC nº 20/2024 representa um importante marco para garantir a segurança dos alimentos industrializados no Brasil. Cabe aos fabricantes, engenheiros, compradores e profissionais da área técnica conhecer a legislação, especificar corretamente os materiais e evitar o uso de ligas não conformes. Não basta que o aço seja “inoxidável”, ele precisa ser seguro e comprovadamente adequado para uso alimentar.
AISI | UNS | Normas EN | AISI | UNS | Normas EN |
202 | S 20200 | 416 | S 41600 | 14.005 | |
301 | S 30100 | 14.310 | 420 | S 42000 | 14.028 |
302 | S 30200 | 430 | S 43000 | 14.016 | |
303 | S 30300 | 14.305 | 430 F | S 43000 | 14.016 |
303 Se | S 30323 | 431 | S 43100 | 14.057 | |
304 | S 30400 | 14.301 | 14.110 | ||
304L | S 30403 | 14.307 | 14.116 | ||
305 | S 30500 | 14.303 | 444 | S 44400 | 14.521 |
308 | 439 | S 43035 | 14.510 | ||
316 | S 31600 | 14.401 | S 41050 | 14.003 | |
316L | S 31603 | 14.404 | S 32304 | 14.362 | |
321 | S 32100 | 14.541 | S 31803 | 14.462 | |
347 | S 34700 | 14.550 | S 32760 | 14.501 | |
410 | S 41000 | 14.006 |