O aço inoxidável, amplamente utilizado em setores como construção civil, saúde, indústria alimentícia e energia, registrou crescimento global em 2024. No entanto, o Brasil ficou na contramão dessa tendência, é o que mostra o Observatório Abinox (Associação Brasileira de Aço Inoxidável) do 1º Trimestre de 2025.
Segundo relatório enviado aos filiados, a produção mundial de inox aumentou 7,0% em relação a 2023. Destaque para a China (+7,5%) e os EUA (+6,4%), que impulsionaram o desempenho global mesmo diante de barreiras comerciais e tensões geopolíticas.
Enquanto o mundo acelerava, o Brasil registrou queda de 4,5% na produção de inox em 2024. O consumo aparente cresceu apenas 0,3%, indicando uma estagnação. Fatores que explicam o desempenho negativo: inflação persistente e juros elevados, sobretudo, o que impacta na redução do consumo das famílias, além das incertezas fiscais e políticas.
Mesmo com crescimento de 3,4% no PIB, a previsão para 2025 já foi revisada para 1,9%. No entanto, mesmo diante desse cenário, a indústria brasileira do inox ainda tem potencial para reagir. Com modernização industrial, políticas públicas assertivas e estímulo à inovação, é possível retomar o crescimento.
Se houver melhora no ambiente macroeconômico — com redução dos juros e maior previsibilidade fiscal — o segundo semestre de 2025 poderá marcar uma leve recuperação do inox no Brasil. A indústria precisa estar preparada para atender à demanda crescente, especialmente com foco em eficiência e qualidade.