Se você trabalha com aço inoxidável ou é um apaixonado por engenharia de materiais, este episódio é parada obrigatória. O canal Papo de Inox conversou com Roberto Moojen, pesquisador da unidade Tramontina TEEC (Eletros, Pias e Cubas), e trouxe dados que revelam a gigantesca engrenagem por trás da produção diária de inox no Brasil.
Embora o Grupo Tramontina processe cerca de 100 toneladas de aço inox por dia, apenas a unidade de corte voltada à fabricação de pias e cubas consome aproximadamente 27 toneladas diariamente. Um volume que, por si só, já dimensiona o nível de escala industrial e tecnologia envolvida.
Um dos grandes destaques da conversa foi o desenvolvimento de novas variações do aço 430, realizado em parceria com a Aperam, para atender às exigências da estampagem profunda de cubas modernas. Entre as ligas citadas estão o 430E com adição de nióbio, o 430F e o 430H com titânio. Essas variações aumentam significativamente a capacidade de conformação do material, sem comprometer a resistência mecânica e a proteção contra corrosão.
Outro ponto alto do episódio é a desmistificação do famoso “teste do ímã”. Moojen explica com clareza técnica a diferença entre os aços da série 300 (austeníticos) e da série 400 (ferríticos), e por que até mesmo um aço nobre como o 304 pode apresentar magnetismo após o processo de fabricação.
“Quando deformamos o aço 304 a frio, transformamos parte da estrutura austenítica em martensita, e a martensita é magnética”, explica Moojen no vídeo, ao detalhar o efeito da deformação mecânica na estrutura cristalina do material.
Além disso, o pesquisador apresenta novidades do mercado, como o lançamento de lixeiras em inox pintadas por cataforese e o cooktop inteligente “Guru”, que permite cozinhar com controle de tempo e temperatura diretamente pelo celular.
Este episódio mostra, de forma clara, que o aço inox continua sendo o grande protagonista da inovação na cozinha moderna, unindo ciência dos materiais, engenharia, design e tecnologia.
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