O governo federal avalia elevar o imposto de importação sobre alguns produtos a partir de 2025, com destaque para aço e automóveis, como forma de proteger setores estratégicos da economia brasileira que vêm sofrendo forte pressão das importações – especialmente de origem chinesa. A medida pode gerar uma arrecadação adicional estimada em R$ 14 bilhões. As informações foram divulgadas pela CNN.
De acordo com a apuração, a proposta está sendo analisada pela equipe econômica e aparece no relatório de receitas do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), aprovado recentemente pela Comissão Mista de Orçamento (CMO). O documento, relatado pela senadora Dorinha Rezende (União-TO), não detalha quais produtos terão as alíquotas ajustadas, mas técnicos próximos às discussões indicam que a elevação se concentraria em itens que enfrentam “surtos de importação”.
Entre os setores mais pressionados está o siderúrgico. A indústria do aço projeta para 2025 uma queda na produção nacional, ao mesmo tempo em que estima um crescimento superior a 30% nas importações, cenário considerado preocupante por fabricantes e entidades do setor.
A principal origem desse aumento é o redirecionamento de produtos chineses para mercados alternativos, após a adoção de tarifas comerciais mais rígidas pelos Estados Unidos, durante o governo do presidente Donald Trump. Com restrições em mercados tradicionais, a China passou a escoar volumes expressivos de aço para países como o Brasil, muitas vezes a preços considerados desleais pela indústria local.
Diante desse cenário, o setor siderúrgico brasileiro tem defendido a adoção de mecanismos de defesa comercial, como elevação temporária do imposto de importação, cotas ou salvaguardas, para preservar a competitividade da produção nacional.
