Empresário reassume comando da Fiesp com 99% dos votos e anuncia Roberto Azevêdo para liderar relações internacionais a partir de Nova York
O empresário Paulo Skaf foi eleito nesta segunda-feira, 4, para seu quinto mandato à frente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), com 99% dos votos válidos em uma eleição de chapa única. A posse está marcada para 1º de janeiro de 2026, quando ele substituirá Josué Gomes, presidente desde 2022 e cuja gestão foi marcada por tensões internas que quase resultaram em sua destituição.
A eleição ocorre em meio à crise provocada pelo “tarifaço” dos EUA, que impôs uma alíquota de até 50% sobre produtos brasileiros.
Ao comentar sua eleição, Skaf destacou que preparar pequenas e médias empresas (PMEs) para competir e se reinventar será a prioridade de sua nova gestão. Segundo ele, a Fiesp atuará ativamente na abertura de mercados e na aproximação com compradores internacionais, especialmente nos Estados Unidos, considerados um parceiro estratégico.
Para fortalecer essa estratégia, ele anunciou que o ex-diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo, foi convidado e aceitou liderar o novo Conselho de Relações Internacionais da Fiesp, que terá base em Nova York.
Skaf também demonstrou preocupação com as novas tarifas aplicadas pelos EUA sobre produtos brasileiros. Em recente reunião com o governador Tarcísio de Freitas e empresários no Palácio dos Bandeirantes, o presidente eleito classificou o tarifaço como um “problema grave” e prometeu agir com urgência.
Skaf afirmou que não tinha planos de retornar ao comando da entidade, mas acabou sendo “convocado” pelo setor industrial diante do momento crítico vivido pela indústria brasileira. Ele também defendeu a redução dos gastos públicos e criticou propostas que envolvem aumento de impostos, como a elevação do IOF.
Ao ser questionado sobre a possível volta do pato amarelo – símbolo da campanha da Fiesp contra o aumento de impostos e que ganhou destaque durante o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff –, Skaf respondeu que “as novidades ficam para o próximo ano”, deixando em aberto o retorno de campanhas simbólicas da federação.
