Tarifa de Trump de novo: e agora, e o inox?

Lá vamos nós outra vez. Parece até reprise: Donald Trump sobe ao palanque, mira no Brasil, e… pimba! O anúncio do presidente dos Estados Unidos Donald Trump de um tarifaço de 50% sobre todos os produtos importados do Brasil caiu como uma bomba sobre todos, incluindo a indústria brasileira do aço.

A medida, prevista para entrar em vigor em 1º de agosto, foi apresentada por Trump como uma retaliação ao processo judicial envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) nas eleições.

Ainda não há certezas sobre como — ou mesmo se — tudo será resolvido. Se Trump voltará atrás, se o Brasil responderá às taxas, se haverá algum acordo — tudo permanece indefinido. Mas, para o setor produtivo, caso a tarifa se concretize, o impacto vai muito além da política: representa um golpe direto em um dos principais mercados consumidores de aço brasileiro e ameaça milhares de empregos ao longo da cadeia metalúrgica.

Medida afeta exportações e produção

Atualmente, os Estados Unidos são destino de cerca de 15% das exportações brasileiras de produtos siderúrgicos, incluindo o inox, de acordo com dados do Instituto Aço Brasil. Em 2024, as vendas para o mercado americano já haviam sofrido retração por conta de tarifas anteriores, impostas ainda durante o primeiro mandato de Trump.

Agora, com a tarifa para 50%, a competitividade do inox brasileiro enfrentará problemas em terras norte-americanas.

Além do impacto externo, o tarifaço deve aumentar a oferta de inox no mercado doméstico, com reflexos nos preços. Esse cenário pode beneficiar pequenos consumidores e metalúrgicas locais, mas pressiona os grandes produtores, que já operam com margens apertadas.

Embora a medida tenha sido justificada por Trump como uma resposta política, as consequências se estendem para a economia real, afetando milhares de trabalhadores brasileiros. O episódio também expõe a vulnerabilidade das exportações brasileiras à instabilidade política externa.

Se por um lado impõe um desafio imediato para o segmento do inox brasileiro, por outro, pode servir como um alerta para a urgência de diversificar mercados e fortalecer a competitividade interna.