Entenda as diferenças entre corrosão, oxidação e ferrugem

Especialista do IPT esclarece os conceitos que costumam ser confundidos e destaca os cuidados com o inox

Quando se fala em metais, três palavras costumam ser usadas quase como sinônimos: corrosão, oxidação e ferrugem. Apesar de estarem relacionadas, essas expressões não significam exatamente a mesma coisa — e entender as diferenças entre elas é essencial para quem atua com engenharia, construção civil, arquitetura ou manutenção industrial.

De forma simples, oxidação é uma reação química na qual um metal perde elétrons ao entrar em contato com o oxigênio ou outras substâncias oxidantes. Esse processo é natural e pode ser benéfico em alguns casos, como ocorre com o inox: ao se oxidar, ele forma uma fina camada protetora chamada camada passiva, que impede a progressão da corrosão.

Importante lembrar que a oxidação não acontece apenas em metais. No corpo humano, por exemplo, o processo de oxidação está relacionado ao envelhecimento celular e ao estresse oxidativo, que ocorre quando há excesso de radicais livres no organismo. É por isso que os antioxidantes — presentes em frutas e vegetais — são tão valorizados na alimentação saudável. Outro exemplo do cotidiano é o escurecimento da maçã após ser cortada: trata-se de uma reação de oxidação com o oxigênio do ar.

É por esses e outros exemplos que entre os profissionais do meio usar o termo oxidação de forma genérica não é o mais indicado.

Já a corrosão é um processo mais amplo e geralmente danoso, caracterizado pela degradação do material metálico devido a reações eletroquímicas com o meio ambiente — como presença de água, cloretos e ácidos. Ela pode ocorrer de várias formas: por pite, por fresta, sob tensão, galvanicamente, entre outras.

A ferrugem, por sua vez, é um tipo específico de corrosão que afeta o ferro e seus derivados. Trata-se do produto visível da reação entre o ferro, a água e o oxigênio, resultando em óxidos de ferro hidratados com coloração marrom-avermelhada. Ou seja: toda ferrugem é corrosão, mas nem toda corrosão é ferrugem.

Especialista explica mais sobre corrosão no Papo de Inox

Quem explica bem essa diferença é a doutora Juliana Lopes Cardoso, pesquisadora do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), em entrevista recente ao podcast do canal Papo de Inox:

“A oxidação pode ser algo positivo, como no caso do inox, que se autoprotege. Mas quando essa camada é rompida, aí sim temos a corrosão. Já a ferrugem é a forma mais comum de corrosão no ferro, e por isso é tão conhecida do público.”

A dra. Juliana também alertou sobre os perigos de se misturar tipos diferentes de metais — como aço inox com aço carbono — e ressaltou que até o inox pode sofrer corrosão, principalmente em ambientes com alto teor de sal ou contaminantes industriais.

O episódio completo está disponível no YouTube e Spotify traz uma verdadeira aula sobre os mecanismos de corrosão, testes de durabilidade e os avanços tecnológicos no uso de armaduras de aço inox em obras de infraestrutura e outras informações.

📺 Assista ao episódio com a dra. Juliana Lopes Cardoso no canal Papo de Inox: